A importância do voto dos idosos, por Felipe Rauen Filho

Publicado em: 24-outubro-2018

Artigo do vice-presidente de Aposentados da AJURIS foi publicado nesta quarta-feira (24/10) na edição online de Gaucha ZH e pode ser conferido no link https://goo.gl/kFGwnJ

O primeiro turno das eleições registrou abstenção de 20,3% do eleitorado, a maior desde 1998, equivalente a quase 30 milhões de eleitores faltantes. No Rio Grande do Sul, o percentual foi de 18,1%, o que corresponde a aproximadamente 1,5 milhões de cidadãos. A maior parte destes números se refere aos eleitores idosos, com mais de 70 anos de idade e por isso não mais obrigados a votar.

É certo que dentre os computados alguns faleceram, enquanto outros não compareceram por mentalmente comprometidos e sem condições de manifestar a vontade. Outro tanto foi ausente por dificuldades locomotoras. E muitos outros por desinteresse fundamentado no pensamento de que a sua abstenção não faria diferença, ou ainda por insatisfação com as opções apresentadas e desagrado com o clima conflituoso que tomou o processo eleitoral.

Pois não custa lembrar a notícia do Informe Especial de ZH da última terça-feira, sobre o aniversário de 105 anos do desembargador Garibaldi Wedy, o qual, em que pese sem condições de se locomover, mas com invejável lucidez, não abre mão de votar, o que fez no primeiro turno e repetirá no próximo domingo, levado em cadeira de rodas até a urna por familiares.

Dificuldades locomotoras muitas vezes podem ser superadas, como mostra o exemplo. Sempre haverá alguém que auxilie o eleitor a ir até a urna. Já o desinteresse por entender que o voto do idoso tem pouco valor é um erro grave. O número de idosos indica potencial para decidir eleições. E se correspondemos a aproximadamente 1/3 da população brasileira, votar pode ser uma opção, mas fazê-lo para participar do destino da pátria é uma obrigação.

E é certo que o clima reinante no país não ajuda a motivar, mas talvez por isso mesmo os mais velhos devam dar exemplo, levando a serenidade ínsita à idade para as urnas, procurando desarmar os ânimos e conclamando ao respeito do resultado. Vale lembrar Cora Coralina, que se consagrou na poesia ao publicar o seu primeiro livro aos 76 anos de idade:

“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir e chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é decidir”.

 

Benedito Felipe Rauen Filho
Vice-presidente de Aposentados da AJURIS
vicepresidenterauen@gmail.com

 

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