Fábio Koff, um dos jagunços, por Cláudio Brito*

Publicado em: 14-maio-2018

Além da gloriosa trajetória como homem do futebol, Fábio Koff merece ser lembrado como um magistrado exemplar, verdadeiramente vocacionado e que marcou sua carreira pelo trabalho incansável e dedicado à sociedade. Em todas as comarcas onde serviu, não havia processo que ficasse esperando sentença. Atuou como pretor em Erechim e depois, na década de 1970, foi juiz em Flores da Cunha, Frederico Westphalen, Palmeira das Missões, Iraí, Santa Rosa, São Jerônimo, Canoas e Porto Alegre. A mesma escrita, a marca da produtividade e a estatura de um grande julgador, de profundos conhecimentos técnicos, mas, antes de tudo, justo.

Fábio Koff mostrou seu talento para a política quando integrou o grupo dos Jagunços, que defendiam a democratização nos quadros e na administração da Ajuris, a entidade de classe dos juízes gaúchos. A primeira conquista foi quebrar o paradigma e mudar o estatuto, que só admitia desembargadores como presidentes da associação. Não foi fácil, levou alguns anos até que Ivo Gabriel da Cunha fosse o primeiro eleito ainda como juiz. O que os Jagunços conquistaram foi muito mais. A associação passou a atuar no âmbito político e institucional, além de suas atividades culturais e recreativas, chegando a influenciar realizações de outras entidades.O movimento de Fábio Koff e seus companheiros sacudiu o ambiente da época, quando o Brasil vivia o sonho das mudanças que superassem os estragos causados pela ditadura. Jovens, artistas, intelectuais e alguns políticos buscavam superar aquela realidade instalada desde 1964. Como ser juiz e render-se ao arbítrio dos Atos Institucionais? Não podia ficar assim. E a mudança teria que começar pela associação que desde 1944 congrega os magistrados de nosso Estado.

Conhecer o Jagunço Fábio Koff ajuda a entender seu sucesso no Grêmio e no Clube dos 13. O jovem inquieto da pretoria em Erechim foi o modelo de seus movimentos e decisões. A última delas foi escolher Romildo Bolzan. Outra vitória, outro golaço.

*Cláudio Brito é jornalista e comentarista de temas jurídicos do Grupo RBS. Artigo publicado no jornal Zero Hora, na edição do dia 14 de maio de 2018. 

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